Jair Bolsonaro revelou que sente forte pressão por ocupar o cargo de presidente da República. Durante evento evangélico acontecido na noite dessa quinta-feira (14), ele disse que chora sozinho no banheiro devido às dificuldades da função. Bolsonaro ainda reclamou das críticas direcionadas a ele sobre o aumento do preço dos combustíveis e garantiu que lamenta as mortes em decorrência da Covid-19, todavia, teve coragem de defender um tratamento alternativo para a doença.

O presidente também atacou, novamente, os prefeitos e governadores por terem adotado medidas restritivas de enfrentamento à pandemia, afirmando que aqueles que deveriam “zelar pela Constituição” estariam atacando seus princípios. Segundo ele, as políticas adotadas para conter a Covid-19 foram um exemplo de como seria viver em um regime de exceção. Apesar disso, Bolsonaro disse que acredita ter tomado as decisões corretas na crise.

“Cada vez mais nós sabemos o que fazer, para onde devemos direcionar nossas forças. Quantas vezes eu choro sozinho no banheiro em casa? Minha esposa nunca viu. Ela acha que eu sou o machão dos machões. Em parte acho que tem razão até”, declarou Bolsonaro.

Mais cedo, o presidente já havia reclamado das críticas que sofre por causa do aumento de combustíveis e, como solução para deixar de ser criticado, disse que estudava a privatização da Petrobras. No evento, Bolsonaro destacou que, ao contrário do tempo em que era deputado, todas as decisões afetam a vida das pessoas.

“Eu não sou mais um deputado. Com todo respeito aos deputados, mas se ele errar um voto pode não influenciar em nada. Mas uma decisão minha mal tomada muita gente sofre, mexe na Bolsa, no dólar, no preço do combustível. Preço do combustível. Eu não mando na Petrobras. Agora, toda vez que aumenta o combustível, a culpa cai para mim. Agora, será que devemos privatizar a Petrobras ou não”, pontuou.

Nesta quinta-feira, mais uma vez, o chefe da Nação defendeu a utilização de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. Além disso, Bolsonaro é investigado pela CPI da Covid em razão da atuação do governo federal no combate à pandemia. A expectativa é de que o presidente seja indiciado por mais de um crime.

No mesmo discurso, o presidente, entretanto, criticou as medidas restritivas adotadas por governadores e disse que teve a coragem de defender a possibilidade de médicos receitarem outros tratamentos para a Covid-19. No mesmo dia, em uma entrevista a uma emissora de rádio, afirmou que, se for reinfectado, tomaria novamente hidroxicloroquina e ivermectina, dois medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

Bolsonaro também já afirmou que não pretende mais se vacinar contra a doença, apesar da recomendação da Organização Mundial de Saúde.

“Lamentamos todas as mortes. Ninguém tinha um remédio para aquilo naquele momento. Eu pesquisei, fui atrás e tive coragem de apontar alguma coisa. Não me omiti e mais ainda: confiei na autonomia do médico. Quem tem que decidir algo para uma doença, ainda que levava muita suspeita, é o médico e não jornalistas ou meia dúzias de senadores”, completou.

O Globo

Fonte: Blog do Dércio