Há mais de um ano das eleições de 2022, as articulações políticas para o próximo pleito ganham cada vez mais espaço nas pautas de entrevistas com figuras públicas importantes da Paraíba. A senadora Nilda Gondim (MDB) defendeu, nessa semana, a indicação de Ana Cláudia, Secretária de Estado do Desenvolvimento e Articulação Municipal, para o cargo de vice-governadora na chapa de João Azevêdo. Ao programa 360 graus, a parlamentar esclareceu que, antes de qualquer coisa, precisam ouvir o diretório nacional do MDB para definirem suas estratégias na Paraíba.

Se sabe que o MDB paraibano está cada vez mais próximo do atual gestor e um apoio do partido ao projeto de reeleição de João é esperado. Nilda atesta os vínculos com a administração paraibana, firmados desde a eleição estadual passada, contudo, ela explica que ordens nacionais da legenda pedem que os estados brasileiros deem prioridade ao lançamento de candidaturas próprias ao cargo de governador.

“O MDB sempre foi um partido muito forte e precisa fortalecer mais. E a direção do MDB nacional tem prioridade em dar a cada estado o direito de ter seu representante como candidato. Essa é a política que está hoje no MDB. Fortalecer o partido tendo em cada estado o seu candidato”, pontuou a senadora.

Nessa conjuntura, o apoio do MDB da Paraíba a João Azevêdo, conforme Nilda, depende dele próprio. A parlamentar pede que o governante desperte para os aliados que se aproximam nesse período pré-eleitoral, muitas vezes por interesse na boa imagem passada pelo seu governo, e lembra daqueles que mantiveram sua lealdade, amizade e afinidades políticas desde o início de seu mandato, como é o caso da legenda ao qual é filiada.

“Eu acho que o governador tem que saber escolher bem uma parceria. E foi por isso que eu, entre todos os nomes que existem no nosso partido, me lembrei do nome de Ana Cláudia. Porque ela teve uma votação altamente expressiva em Campina Grande, uma votação muito bonita, quase que ganhava a eleição, mas tem uma penetração também nos municípios. E ela, realmente, é um nome também que pode estar à disposição do governador. Isso requer o compromisso e requer reconhecimento. Eu acho que o MDB não pode ficar à deriva”, pontuou.

A atuação parlamentar de Nilda Gondim também foi tema da conversa. A cada projeto de Lei apresentado ao Senado Federal, a sensibilidade de seu mandato vem à tona. São iniciativas que oferecem amparo às crianças com deficiência, idosos e mulheres brasileiras. Suas emendas destinadas à Paraíba reforçam essa tese, além de abraçar a causa animal.

No Senado, sua proposta que prevê prioridade de matrícula às crianças com deficiência em creches e escolas administradas pelo poder público foi aprovada por unanimidade. A senadora também destinou recursos para a construção da Casa da Mulher Brasileira em João Pessoa, um espaço que reunirá num mesmo lugar todos os serviços especializados e multidisciplinares de atendimento à mulher vítima de violência. Nilda, que assumiu o mandato no Congresso após o falecimento de José Maranhão, também resgatou mais de R$ 5 milhões de emendas esquecidas, que foram iniciativas do então senador, para a Saúde da Capital paraibana.

Sobre os ataques à democracia brasileira, principalmente proferidos pelo presidente Jair Bolsonaro, Nilda Gondim é incisiva em sua defesa. A parlamentar, que sentiu os efeitos da ditadura militar na sua família, revela que o posicionamento de seus colegas senadores, inclusive os da ala bolsonarista, é favorável à manutenção do Estado Democrático. Ela acredita que o Chefe do Executivo Nacional e suas ideias golpistas precisam ser detidas e que, inclusive, isso será feito por seu próprio grupo de aliados políticos.

“É uníssono. A democracia tem que ser respeitada. Eu quero acreditar, que por mais inconsequente que esse presidente tem se demonstrado, ele haverá de ser detido pelos próprios colegas e pelos próprios assessores, no sentido de que, a democracia jamais será vencida por golpes ditatoriais, por golpes militares. Porque essa foto que nos remete de outrora, com meu pai cassado, com meu marido cassado, com tantas e tantas pessoas reprimidas, presas e com tantas vidas ceifadas, jamais a gente poderá ver, participar, ouvir ou presenciar”, ponderou.

Assista à entrevista completa com a senadora Nilda Gondim:

Fonte: Blog do Dércio